terça-feira, 21 de setembro de 2010

Mais um patrimônio municipal de Jacuri é vítma do abandono

Foto: Júnior Alves

No início do ano esse blog publicou um post falando de um edital do Ministério da Cultura que previa uma verba de cerca de R$ 30.000,00 para construção e manutenção de espaço destinado à atividades culturais em cidades do porte de Jacuri, ou um pouco maiores (mais populosas). Na ocasião, mandei e-mail para a prefeitura da cidade com o link do edital e chamei a atenção para o fato aqui no próprio espaço. Na época, também lamentei, aproveitando o gancho, da derrubada da casa da Dona Leidinha, uma das mais antigas da cidade, localizada bem na praça principal.

Meio ano depois volto para chamar atenção para o mesmo assunto: o descaso para com a memória da cidade. Jacuri não tem nenhuma política cultural e nem planejamento ou projeto para criação de tal. Se houvesse boa vontade, fosse do poder público ou privado que tenha influência na região, teríamos ao menos uma biblioteca. É comum vermos comunidade muito mais pobres, lutarem contra todas as adversidades e criarem seus projetos, suas bibliotecas, desenvolvendo em suas crianças o saudável hábito da leitura. Em Jacuri cultura se resume a uma festa popular com apresentação de banda popular, uma única vez ao ano.

A motivação maior desse texto foi a foto que o ilustra, mostrando mais uma obra histórica da cidadade caindo aos pedaços. A casa em questão, em cidades onde temos pessoas ao menos sensíveis com mínimas noções de administração pública, pelo menos questionaria ou levantaria debate sobre o estado da construção, que chega a ser um caso de condenação pela Defesa Civil.

Em Cláudio, terra do meu célebre amigo João Paulo Costa, uma construção parecida virou um centro cultural que abriga a orquestra da cidade e ainda oferece oficinas de arte e música. Por que a grama do vizinho tem sempre que ser a mais verde? Até quando terei que ver amigos de outras cidades do interior desenvolvendo seus projetos de esporte, de vídeo, de teatro, de literatura, lançando filmes, abrindo exposições, criando vilas olímpicas, lançando livros...

Fica registrado aí minha indignação, ao mesmo tempo que esperança em meia dúzia de capazes, sonhadores como eu que - não tenho dúvidas disso - ainda mudarão essa quadro lastimável.